sábado, 20 de novembro de 2010

Os GARGALOS da infraestrutura aerportuária


GRAMADO – Um dos assuntos mais debatidos e polêmicos dos últimos tempos foi um dos principais temas abordados pelo segundo dia de Congresso do Festival do Turismo de Gramado. Sob o tema “Desafio Aéreo: Aeroportos no limite – companhias aéreas comprometidas com atendimento. Quais são as responsabilidades dos agentes de viagem e das empresas envolvidas junto ao consumidor?”, a plenária ouviu as exposições de sete entendidos do assunto: Respício Espírito Santo (presidente da CEPTA - Instituto Brasileiro de Estudos Estratégicos e de Políticas Públicas em Transporte Aéreo); José Márcio Monson (presidente do Snea); Jorge Medina (superientendente da Infraero no Rio Grande do Sul); Rita Vasconcelos (presidente da Abav-RS); Gerson Bonani (chefe da assessoria de comunicação social da Anac); Luciane Disconzi (coordenadora da área de serviços privados do Procon-RS) e Jussara Leite (presidente da Ugart).

“Precisamos ter os aeroportos prontos para nós brasileiros, clientes internos, e não só para os externos. Estamos em um explosão contínua de crescimento, o mínimo de incremento em nossa renda nos faz viajar mais”, foi com esta constatação que Respício Espírito Santo iniciou sua apresentação.

Para o presidente da CEPTA, se não temos aeroportos e controles de tráfego adequados é sinal de que não estamos aptos. “Outra questão que não é medida e nem discutita, e na minha opinião é essencial são os níveis de serviço como informações mais claras, conforto ambiental, sinalização, entre tantos outros. A discussão de capacidade é infinita, mas estas questões básicas não são discutidas. Os aeroportos devem ser facilitadores e multiplicadores”, disse.

Respício Espírito Santo acredita que é preciso um fluxo constante de investimentos, que os aeroportos sejam administrados com negócios e que em hipótese algumas os clientes sejam tratados como meros “usuários”. “Precisamos exigir aeroportos com estas virtudes, por hora só temos aeroportos maquiados”, afirmou.

O futuro é agora

Segundo o presidente do Snea entre tantos problemas o principal é sem sombra de dúvidas a infraestrutura aeroportuária. “A economia melhorou e com isso surgiram mais passageiros. Este ano teremos 25% a mais do que ano passado que tivemos 17,8% e até agosto apenas 17% dos investimentos foram aplicados nos aeroportos”, comentou Monson.

De acordo com o executivo, mais de 26 milhões devem transitar no aeroporto de Brasília. No Aeroporto Internacional de São Paulo – Guarulhos entre 26 e 27 milhões. “Guarulhos já esgotou sua capacidade e 2009 e 2010 nenhum investimento foi feito. Em Viracopos (Campinas), com a chegada da companhia Azul, quadriplicou o fluxo de passageiros e até agora nada foi feito”, afirmou.

Para Monson é sim verdade que não se pode pensar em melhorias só por conta da Copa mas, ela serviu para uma análise profunda dos 16 aeroportos brasileiros. “Por conta destes problemas o crescimento da aviação regional é limitado. E é sim fato que nosso problema não é de Copa e Olimpíada, é de agora”, finalizou sua explanação.

Em suas observações na plenária, o superientendente da Infraero no Rio Grande do Sul, afirmou que planejamento, ao menos no aeroporto de Porto Alegre, tem, o problema fica na execução. Já para para o representante da Anac, o órgão vem implementando uma série de ações desde janeiro de 2009, sendo uma delas a comunicação com seus diversos públicos. “Na próxima segunda-feira, dia 22, teremos uma reunião para discutir o setor que envolverá além de nós, a Infraero, seis das principais companhias aéreas brasileiras e a polícia federal”, informou.

Uma das exposições mais claras e diretas veio da presidente da Ugart quando definiu bem o problema raíz de tudo: “O que me chama atenção sempre é o não entendimento entre os órgãos”, disse.

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