Companhia já oferece serviço em 42 linhas; venda é estratégia para elevar receita sem subir o preço da passagem
A Gol vai apostar na venda de produtos a bordo como uma forma de geração de receitas adicionais para a companhia. Hoje, o serviço está disponível em 42 dos 870 voos diários da companhia. Em dezembro, a Gol pretende ampliar a oferta de produtos pagos para 84 a 130 operações diárias. O serviço deve estar incluído em 500 voos diários em abril de 2011, volume que contempla todas as rotas com mais de 75 minutos da empresa.
O serviço de vendas a bordo foi implementado em junho de 2009 e oferece um cardápio adicional aos passageiros, que inclui café, sanduíches e chocolates. Os demais clientes recebem lanches gratuitos mais simples, como barras de cereais, amendoins e biscoitos. O presidente da companhia, Constantino de Oliveira Junior, disse que a receita gerada pelo serviço ainda é mínima, mas deve aumentar com a ampliação da oferta para um número maior de voos.
A comercialização de lanches a bordo faz parte da estratégia de aumento do faturamento da companhia sem elevação de preços de passagem.
Segundo Oliveira, a ampliação das receitas adicionais e o aumento da ocupação dos avições devem permitir a melhoria nos resultados da companhia. “Não pretendemos abrir mão do nosso modelo de negócio, que é operar uma companhia de baixo custo e baixa tarifa”, disse.
Questionado se a empresa vai reagir à fusão da concorrente TAM com a chilena LAN com uma associação com outras companhias latinas, a Gol disse que não. O motivo é que a Gol não enxerga outras empresas na América Latina focadas com a proposta de oferecer serviços aéreos de baixo custo. “Estamos nos preparando para enfrentar a concorrência com o reforço das nossas operações”, disse Oliveira.
O faturamento líquido da Gol aumentou 19,5% no terceiro trimestre e atingiu R$1,79 bilhão. Cerca de 10% deste montante é proveniente de receitas auxiliares.
Junto com o seu balanço trimestral, a companhia anunciou a encomenda de mais 30 aeronaves Boeing 737-800, com 184 assentos. Ao todo, a empresa soma 104 pedidos firmes e mais 40 opções de compra com a fabricante americana. Os aviões serão entregues entre 2014 e 2017.
O aumento da eficiência operacional, com a melhor utilização das aeronaves, é uma das metas da empresa para reduzir custos. A taxa de ocupação das aeronaves da empresa subiu para 71,1% entre julho e setembro deste ano, ante 67,6% em igual período do ano anterior. Em média, uma aeronave da companhia voa 12,7 horas por dia, mas a meta da empresa é atingir uma média de 13,7 horas no terceiro trimestre de 2011.
Classe C
A Gol confirmou a abertura de mais três lojas de rua em São Paulo para atender os consumidores da classe C em janeiro de 2011. Nestas unidades, a empresa vai vender passagens pelo Voe Fácil, sistema de parcelamento de compras por meio de boleto bancário. A empresa já possui uma unidade em São Paulo, no Largo 13 de Maio, na zona sul da cidade.
A partir do desempenho das unidades, a Gol vai avaliar se investe em um canal de vendas para a classe C por meio de franquias do Voe Fácil ou se vai apostar em parcerias com redes varejistas. O presidente da companhia admitiu que a empresa está em negociação com varejistas, mas não informou quais são os eventuais parceiros.
Aviação regional
O presidente da Gol reafirmou a estratégia da companhia para atender a demanda por voos regionais por meio de parcerias com companhias de pequeno porte brasileiras. Em setembro, a empresa anunciou um acordo de venda de passagens com a Noar Linhas Aéreas, que atua no mercado nordestino.
“Estamos negociando com todas as companhias regionais que ainda não têm empresas parceiras e vamos anunciar outros dois acordos nos próximos meses”, disse Constantino.
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