quinta-feira, 5 de maio de 2011

Aeroporto de Juazeiro do Norte amarga precariedades

Sem prazo para melhorias, o Aeroporto Orlando Bezerra, em Juazeiro, não atende demanda na região

Terminal de passageiros é um dos gargalos do aeroporto. A infraestrutura não atende à demanda


Crato Passagens caras, falta de infraestrutura e reclamações dos passageiros e das lideranças políticas e empresariais da região. Esta é a situação do Aeroporto Regional do Cariri, denunciada pelo deputado Wellington Landim, que cobrou da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) uma solução para os problemas enfrentados pelos usuários do terminal em Juazeiro do Norte. Segundo ele, os passageiros vêm sendo prejudicados pelos preços das passagens e péssimas condições do aeroporto. O parlamentar fez referência à ação que tramita no Ministério Público Federal de Juazeiro do Norte, para que a Infraero reassuma a gestão do Aeroporto, conforme já noticiado por este jornal. A assessoria do procurador federal Rafael Ribeiro Rayol informou ontem que ele está acompanhando pessoalmente o caso.

O deputado atribuiu as condições do aeroporto à falta de interesse por parte da Infraero. Salientou que, atualmente, a pista tem 2.100 metros, mas a Anac só homologou 1.800 metros, fazendo com que aeronaves mais pesadas, que precisam de mais espaço para pousos e decolagens, fiquem impedidas de operar. O resultado é o encarecimento dos bilhetes fazendo com que o trecho Juazeiro/ Fortaleza custe o mesmo preço de Fortaleza/São Paulo.

"A situação do aeroporto é preocupante com a falta de condições para o atendimento à demanda de passageiros que vem crescendo consideravelmente nestes últimos anos, com um fluxo anual de 500 mil passageiros", avalia ele, advertindo que a conclusão da Ferrovia Transnordestina, a expansão do ensino superior da região e o crescimento das atividades econômicas deverão pressionar a demanda, exigindo um aeroporto maior e mais eficiente.

Solução

Landim defende que a Anac deve intervir rapidamente para a solução do problema, principalmente no terminal de passageiros, investindo na criação de um terminal de cargas e na ampliação da extensão da pista para 2.300 metros. Lembrou que o aeroporto atende as regiões Centro-sul e Cariri do Ceará, noroeste de Pernambuco, sertão da Paraíba e sudoeste do Piauí, representando um dos principais instrumentos para o desenvolvimento econômico regional.

Entre os passageiros, destacam-se professores, pesquisadores, executivos interessados no turismo religioso e científico, belezas naturais, tesouros paleontológicos da Serra do Araripe, negócios e intercâmbio cultural. Ao fazer esta observação, o parlamentar informa que, de acordo com a Infraero, os destinos mais procurados a partir do Aeroporto do Cariri foram: Fortaleza, com 55 mil passageiros; Recife, com 31 mil; Brasília, com 14 mil; e São Paulo, com 13 mil passageiros.

Em 2002, a Infraero assinou um convênio com o Governo do Estado, que ficou com a responsabilidade de administrar o local. A União repassou verbas para o Ceará investir no aeroporto, o que terminou por não acontecer. "E nem houve prestação de contas, deixando o Ceará inadimplente", apontou ele. Durante o atual governo, Cid Gomes tentou realizar a reforma e a ampliação do aeroporto, mas não consegue porque o Estado não prestou contas.

A Assessoria de Imprensa da Infraero, com sede em Recife, informou que existe um convênio entre o órgão e o Governo do Estado para gestão do Aeroporto com validade até o próximo ano. Cabe à Infraero, a gestão e desenvolvimento do aeroporto, focado nos itens de segurança aeroportuária, e administração e treinamento de pessoal. "A Superintendência Regional do Nordeste, a qual o aeroporto está vinculado, tem cumprido todas as obrigações estabelecidas no convênio", afirma a Assessoria, por e-mail.

Atualmente, o aeroporto recebe aviões 737 - 700 e MK-28. Já está confirmado para o próximo dia 15 o início da operação da empresa Azul, com equipamento Embraer 190. A Infraero disse estar informada sobre o pleito do Governo do Estado, que foi enviado ao Ministério da Defesa (ao qual a empresa estava subordinado, antes da criação da Secretaria de Aviação Civil), passando o aeroporto à administração total da Infraero. A Superintendência Regional do Nordeste ainda não conhece o resultado dessa análise.

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