segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Aviões inoperantes devem sair do Aeroporto de Fortaleza até junho

As aeronaves são vinculadas a massas falidas e estão se deteriorando no pátio do terminal aeroportuário

Um dos aviões da TAF está parado no Pinto Martins há 18 anos. A empresa diz que o lugar dos equipamentos é no aeroporto e que paga para que eles fiquem estacionados lá

Seis aeronaves estão abandonadas no pátio do Aeroporto Internacional Pinto Martins, todas pertencentes a empresa Táxi Aéreo Fortaleza (TAF), que hoje funciona somente com o serviço de táxi aéreo. Embora o jornal Diário do Nordeste tenha flagrado esse quantitativo, a Corregedoria Nacional de Justiça do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) só confirma a presença de três aviões inoperantes. Segundo a Infraero, alguns estão sub judice, outros penhorados.

Para a CNJ esses equipamentos além de ocuparem espaço no pátio do Aeroporto, podem representar um problema de saúde pública, pois a água, que é acumulada em suas asas, são possíveis focos de dengue.

Sem falar que, somente a estada no Aeroporto, pode ter um custo médio diário de R$ 1.200,00, que é pago pela massa falida, ou seja, os credores. Para se ter uma ideia, um dos aviões da TAF está parado desde 1992.

Sobre o destino a ser dado a esses bens, a empresa informou que o Aeroporto é o lugar deles, ou seja, ficarão lá até virarem sucata. Além disso, a assessoria de comunicação acrescentou que paga mensalmente a Infraero, uma taxa de R$ 3 mil referente as manutenções.

Diferente do pensamento da TAF, o CNJ não acha correto os aeroportos virarem depósitos de sucatas, e já está tomando as devidas providências para retirada dos aviões que estejam vinculados às massas falidas até o mês de julho, e, até agosto, os que foram apreendidos em processos criminais.

Ações

Na última quarta-feira, dia 2, a corregedora nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, e o ministro da Defesa, Nelson Jobim, lançaram o Programa Espaço Livre, que tem como objetivo remover desses pátios, os aviões que estão sob custódia da Justiça. No Nordeste esses equipamentos estão localizados em quatro das nove capitais pertencentes a região. São elas Salvador (4), São Luís (2), Recife (2) e Fortaleza (3).

A operação em Fortaleza ainda não tem data certa para iniciar. Porém a CNJ adiantou que a primeira ação do Programa "Espaço Livre" tem como alvo as 27 aeronaves da Vasp, cuja falência foi decretada em 2008,e que estão ociosas e espalhadas em aeroportos do país há cerca de seis anos. No Brasil existem exatamente 118 aviões, de diversas empresas, nessa situação, distribuídos em 27 aeroportos brasileiros.

A Corregedoria Nacional de Justiça explicou que vai coordenar os trabalhos e auxiliar os juízes vinculados a varas em que correm os processos de falência. A Infraero atualizará o banco de dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em relação à situação das aeronaves. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), por sua vez, fará um laudo para avaliar quais aeronaves ainda estão em condições de uso.

As que estão sucateadas serão removidas com o auxílio de caminhões do Exército e desmontadas.

A ideia é, se não conseguirem vender o avião inteiro, desmontá-los e vender as peças que são baratas e mais fáceis de serem colocadas no mercado. Dessa forma, as aeronaves ficam menores e as peças podem ser transportadas em caminhões, contando com a cooperação do Exército. A remoção será para uma área indicada pela Infraero, para posterior leilão.

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