domingo, 27 de fevereiro de 2011

Altas tarifas e capilaridade baixa limitam modal aéreo

No Ceará, a produção estadual que decola rumo aos diversos destinos, tanto nacionais como internacionais, sai, em quase sua totalidade, pelo Aeroporto Internacional Pinto Martins


O modal aéreo nunca teve grande participação no transporte de cargas brasileiro. Seria até difícil que tivesse. Os altos valores das tarifas e a falta de capilaridade das rotas inviabiliza o envio de produtos em aviões, exceto quando os itens são de alta perecibilidade. A participação do modal aéreo, segundo dados do Plano Nacional de Logística e Transportes de 2005, é de apenas 0,4%. E não deve crescer muito: até 2025, espera-se que atinja 1% na matriz.

No Ceará, não é diferente. A produção local que decola rumo aos diversos destinos, em quase sua totalidade, sai pelo Aeroporto Internacional Pinto Martins. E o único aeródromo destinado a esse tipo de atividade ainda é carente de mais estrutura. No Terminal de Cargas Doméstico, responsável por receber produtos que são encaminhados para outras partes do País, a reclamação é com relação à falta de maior espaço para armazenagem, sem falar do acesso limitado à área a partir da Avenida Senador Carlos Jereissati.

Investimentos prioritários

O PNLT sugere sete investimentos prioritários para aliviar a malha aeroportuária cearense. Dentre eles, a construção de um novo Terminal de Carga Doméstica no Pinto Martins, além de ampliação do Terminal de Passageiros, pátio de aeronaves, da pista de decolagem e de taxiamento. Também ratifica a importância de construir um aeródromo no município de Tauá. A Confederação Nacional do Transporte (CNT) é menos exigente, e seu Plano CNT de Transporte e Logística relaciona como investimento fundamental as intervenções no Aeroporto Internacional de Fortaleza.

Terminal de cargas

No que se refere ao Pinto Martins, sob a administração da Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária), já estão previstas as intervenções necessárias para o aprimoramento do modal aéreo. Para o órgão, ao contrário das queixas de quem exporta, o atual Terminal Doméstico atende a todas as necessidades operacionais, de segurança de carga e de trabalho. Entretanto, é estudado um projeto de transferência da área para as proximidades do Internacional, o que deve ocorrer até 2013. Enquanto isso não ocorre, a Infraero vai investir R$ 100 mil para recuperar o lonado dos galpões onde atuam companhias aéreas como Avianca, Gollog e ABSA.

A Infraero frisa ainda que a demanda na área de 6.400 m², com galpão estruturado de 1.500 m², do Terminal Doméstico de Cargas ainda era maior. Antes, todos os produtos que saiam pelo aeroporto ficavam concentrados nesse espaço, o que não ocorre mais desde 2009, com a inauguração do bloco Internacional, o qual possui 9 mil m² de área construída e capacidade de armazenamento para até cinco mil toneladas. O local abriga ainda quatro câmaras frias, das quais três são para frutas, flores e pescados. O pátio de manobras tem capacidade para até sete aeronaves.

Transporte de passageiros

Ainda neste semestre será concluído o projeto para construção do segundo Terminal de Passageiros do Aeroporto de Fortaleza, que promete ampliar a capacidade de atendimento dos atuais 6,2 milhões de pessoas para 14,2 milhões até 2018, quando a obra será finalizada. A edificação da planta deve ter início, de acordo com a Infraero, no próximo semestre. O Terminal, com custo de R$ 279,5 milhões, será feito em etapas, já prevendo o aumento da movimentação de passageiros com a realização da Copa do Mundo de 2014 em Fortaleza. No ano do evento, a segunda área estará com 35% da construção concluída, assegurando que mais 2,8 milhões possam utilizar o aeroporto sem riscos de transtornos pela falta de estrutura. Nesses três anos, o estacionamento também deve ser ampliado de 880 vagas para 1.340.

Aeroportos regionais

O Governo do Estado vai além e tenta viabilizar um aeroporto a cada 100 quilômetros de raio de distância de cada sede municipal, conforme informações da Secretaria da Infraestrutura (Seinfra). Assim, todo o Estado estaria coberto pela infraestrutura necessária para o fluxo cargueiro e de passageiros. Os terminais de Camocim e de Tauá, por exemplo, já estão finalizados, aguardando apenas a homologação da Anac. O de São Benedito está em obras. Os projetos de Canindé e de Itapipoca estão em licitação. (DB)

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