A circulação de passageiros nos aeroportos brasileiros deve aumentar bastante nos próximos anos. O crescimento do país e a atração de investimentos e eventos internacionais devem influenciar a circulação de pessoas e cargas. No Nordeste, nos últimos seis anos, na maioria dos aeroportos a movimentação dobrou e, em alguns casos, triplicou, tornando urgente a ampliação da capacidade.
Exemplos de como cresceu a movimentação estão em aeroportos grandes, como Recife e Salvador, e também nos menores, a exemplo de Ilhéus e Petrolina. No Recife, desde 2003, o número de passageiros passou de 2,7 milhões para 5,2 milhões, em 2009. Em Salvador, o fluxo subiu de 3,4 milhões para 7 milhões, com 23.874 aeronaves a mais em 2009. Em Petrolina, o número quase triplicou, saltando de 81.626 para 207.271 pessoas.
Com reformas e ampliações planejadas até 2014 - quando o Brasil sediará a Copa do Mundo - a Infraero, que administra atualmente 67 aeroportos no país, reconhece que emalgumas cidades a situação é crítica, mas considera os investimentos suficientes para acompanhar o aumento da demanda por viagens.
"Temos que começar a falar em capacidade horária dos aeroportos. A capacidade é bem superior ao que ocorre nos horários de pico. Uma redistribuição e a autorização de novos voos para horários ociosos é uma forma de ampliar a capacidade de pousos e decolagens", explica Fernando Nicácio, superintendente da Regional Nordeste da Infraero. "Independentemente dos horários de maior concentração, é preciso investir para manter o nível de conforto dos passageiros", completa Nicácio.
No Aeroporto Internacional dos Guararapes/Gilberto Freyre, no Recife, o terminal deve comportar o crescimento da demanda até a Copa. Até setembro, serão entregues novas quatro pontes de embarque e ainda este ano, feito o projeto para ampliar o pátio de aeronaves e construir uma nova torre de controle. A entrega das pontes está atrasada, pois uma das empresas que venceu a licitação não cumpriu os prazos, sendodestituída.
Em Juazeiro do Norte (CE), Teresina (PI) e Imperatriz (MA), onde não são feitas melhorias há vários anos, a Infraero está licitando a instalação de Módulos Operacionais. Para se ter uma noção da demanda, em Juazeiro do Norte, em 2003, circularam 30.126 passageiros. Em 2009, este fluxo foi de 247.775 pessoas. Em Imperatriz, o número de passageiros passou de 60.761 para 195.181, no mesmo período.
"O aumento dos usuários tem a ver também com o crescimento da renda, aumentando as possibilidades de viajar de avião", considera Paulo Roberto da Costa, superintendente da Regional Norte da Infraero. Ele diz que hoje a Infraero tem mais "voz" na decisão de autorizar novos voos do que na época do DAC (Departamento de Aviação Civil). "A Agência Nacional de Aviação Civil recebe a solicitação das empresas e nos consulta, juntamente com o órgão de tráfego aéreo. Elas querem concorrer, mas para a Infraero outros aspectos precisam ser analisados. Se a capacidade de passageiros/hora está ultrapassada, propomos outro horário", explica.
Segundo Wellington Santos, da Regional Centro-Leste, os investimentos estão programados até 2014, com concentração até 2012. "É preciso manter a infraestrutura e ampliar a capacidade. A infraestrutura aeroportuária do Brasil é compatível com aeroportos de todo o mundo", afirma.
Situação dos Aeroportos controlados pela Infraero na Região Nordeste
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