sábado, 10 de julho de 2010

Aeroportos são a maior preocupação no Brasil


Reformas para Copa 2014 e Rio 2016 aguardam eleições.Considerados o principal problema infraestrutural para a realização da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016, os aeroportos seguem com as reformas de modernização com futuro incerto. O governo federal sofre pressões para privatizar as instalações aeroviárias, atualmente administradas pela empresa pública Infraero, mas a decisão sairá apenas após as eleições.

– Não só o aeroporto do Rio. O de São Paulo também. Os dois precisam passar por investimentos importantes. E acredito muito que uma concessão (para a iniciativa privada) seria o melhor caminho – frisou o governador do Rio, Sérgio Cabral Filho.

– É o que mais me angustia. Maracanã, saneamento, APO (Autoridade Pública Olímpica), metrô, tudo está indo bem.

Ciente das mudanças que possam ocorrer após as eleições, a Infraero reforçou que segue o projeto traçado pelo governo federal. E rebateu a informação de que as obras possam estar paralisadas.

– Existe o estudo para a abertura de capital (privatização) da Infraero e sabemos que tudo pode mudar após as eleições. Mas temos um projeto e vamos seguí-lo – afirmou o diretor de Engenharia e Meio Ambiente da Infraero, Jaime Parreira.

Para acabar com os problemasdos aeroportos nacionais, a Infraero planeja investir um total de R$ 6,4 bilhões. Destes, R$ 5,3 bilhões serão usados somente nas instalações das cidades-sede da Copa 2014.

Os aeroportos de Brasília, Fortaleza, Manaus, Porto Alegre e São Paulo ficarão em obras até 2015. Só que a Infraero garantiu concluir as reformas necessárias para a realização da Copa nestes locais até 2014.

COM A PALAVRA

Luiz Martins de Melo, professor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFJR)


"O erro da discussão sobre os aeroportos do país está em se dizer que o investimento tem de ser feito para a Copa do Mundo ou a Olimpíada. A questão é que preci-samos fazer para resolver o problema da população. Os aeroportos já trabalham com sua capacidade esgotada, principalmente porque a renda dos brasileiros aumentou e todos começaram a viajar mais. E a melhor maneira de se fazer a reforma nos aeroportos é via estatal.

Temos 67 instalações aéreas e, destas, menos de dez são lucrativas. Certamente, a iniciativa privada não vai se interessar pelas deficitárias. Aí, o que ocorrerá? Vamos acabar por privatizar os lucros e socializaros prejuízos. Além do mais, existem aeroportos, por exemplo, na Europa nas mãos do setor privado que também dão prejuízo.

A grande questão, seja nas mãos do poder público ou da iniciativa privada, é a gestão eficiente. Necessitamos de planejamento para fazer tudo correto.

Todas as obras listadas pela Infraero resolvem o problema dos aeroportos. Mas estamos atrasados. E, na pressa, corremos o risco de não fazer nada direito."

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