A projeção é da Infraero para este ano. Entre os produtos que mais deixam o Estado estão frutas e calçados.
Mostrando plena recuperação em relação aos efeitos da crise financeira que abalou 2009, a movimentação de cargas, entre embarque e desembarque, no Aeroporto Internacional Pinto Martins deve crescer 40% em 2010, ante os números do ano passado, segundo projeção da Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária). De janeiro a maio, conforme informações da empresa, já foram movimentadas 14,8 mil toneladas de mercadorias, um incremento de 33,8% no comparativo com igual período de 2009, quando as operações de embarque e desembarque somaram 11 mil toneladas.
Segundo a Infraero, os produtos que mais deixam o Estado rumo a outros destinos comerciais são frutas, calçados, artigos em couro e itens da indústria farmacêutica. Já levando-se em conta as mercadorias que chegam ao Ceará, o destaque são as peças para máquinas e equipamentos industriais.
Com capacidade
De acordo com a assessoria de comunicação da Infraero, o aeroporto está preparado para o acréscimo na movimentação de cargas. "Não temos problema com espaço e infraestrutura no Pinto Martins, considerando que estamos operando com um novo terminal de cargas desde julho de 2009, com área suficiente para absorver a demanda presente e futura do mercado", afirma a empresa.
Ciente da nova capacidade do aeroporto, a Absa Cargo Airline, especializada em transporte aéreo de cargas, chegou ao mercado cearense mirando a grande demanda no Estado. De acordo com o gerente de vendas da empresa, Alexandre Silva, o Nordeste apresenta um potencial imenso que ainda não é explorado de modo eficiente. "A região é carente em transporte de cargas. Vemos muita ineficiência, uma concentração muito grande cargas em aviões de passageiros e uma carência no transporte de produtos especiais, como flores, que possuem uma demanda crescente no Ceará", analisa Alexandre. Operando desde 22 de junho, o avião da Absa, um Boeing 767-300F, tem capacidade para transportar até 57 toneladas de carga, em cinco voos semanais, de terça-feira a sábado, partindo de Guarulhos, em São Paulo, passando por Recife e chegando a Fortaleza.
Problemas pelo País
Em outros estados do Brasil, a infraestrutura aeroportuária tem se mostrado um motivo de preocupação: faltam áreas de armazenagem, instalações (câmaras refrigeradas) para produtos especiais, além de mão-de- obra suficiente para liberar as mercadorias dentro de padrões internacionais.
A luz amarela já acendeu em aeroportos como os de Guarulhos, em São Paulo; Viracopos, em Campinas e Confins, em Belo Horizonte. Em Salvador e Manaus os problemas também foram detectados.
O resultado tem sido a ampliação do tempo de desembaraço dos produtos importados.
Representantes do setor industrial temem que o problema se agrave ainda mais neste segundo semestre, quando é esperado um aumento nas importações para atender ao Dia da Criança e ao Natal.
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