Os tripulantes da TAP rejeitaram o protocolo negociado entre a companhia de aviação nacional e o sindicato, que previa que fosse prestado serviço de bordo com equipas mais reduzidas, desde que não pusesse em causa a segurança da operação.
Isto significa que, em que parte dos voos de médio curso, os passageiros vão continuar a receber as refeições à entrada do avião, pelo menos, até ao final de Agosto.
A proposta foi ontem rejeitada por unanimidade, durante uma assembleia-geral de emergência do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC). Rui Luís, delegado sindical da TAP, avançou ao PÚBLICO que os cerca de 430 tripulantes presentes "votaram por unanimidade contra o protocolo". Decisão que vai ser agora comunicada à transportadora aérea, detida a 100 por cento pelo Estado.
O conflito com os trabalhadores surgiu por causa de um protocolo negociado entre a TAP e o SNPVAC que estabelecia que "nos casos em que a falta de um elemento da tripulação de cabine configure uma tripulação mínima de segurança", fosse "permitida a execução de serviço a bordo", desde que os tripulantes estivessem de acordo, e "prevalecendo sempre a segurança de bordo", refere o documento.
Se os trabalhadores optassem por servir refeições e efectuar as vendas a bordo, mesmo com uma equipa mais reduzida, a contagem do tempo de voo e de trabalho seria "majorada em mais de 100 por cento", acrescenta o protocolo. Foi a solução encontrada pela TAP para fazer face à impossibilidade de substituir trabalhadores que faltassem, por estar a operar com a capacidade máxima.
No entanto, os tripulantes opuseram-se à proposta da companhia de aviação. E, por isso, pelo menos "um a dois voos" vão ser afectados diariamente, nas rotas de médio curso (com duração aproximada de duas horas), até ao final de Agosto, avançou fonte oficial da empresa. Em vez de serviço de bordo, os passageiros vão receber refeições ligeiras à entrada do avião.
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