sábado, 24 de setembro de 2011

Instalações provisórias podem ser solução

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O intuito é ampliar, em especial, as áreas de atendimento e de check in a tempo do início da Copa do Mundo de 2014
FOTO: ALEX COSTA


Para parte dos estudiosos, um artifício utilizado na África do Sul, em 2010, poderá ajudar a preparação dos aeroportos brasileiros, caso as obras permanentes tenham dificuldades de ficarem prontas até o início da Copa do Mundo de 2014. É o uso de instalações temporárias para atender a demanda excedente, chamado Módulo Operacional no Aeroporto (MOP). Contudo, essa solução não é unânime na opinião dos especialistas.

Neste mês, a Infraero inaugurou um empreendimento similar em Guarulhos para que três companhias operem, ampliando a capacidade do terminal em mais um milhão de passageiros. E, em agosto, mais um entrou em operação em Campinas. Outros dois MOPs serão feitos até a Copa em São Paulo. Nos aeroportos do Nordeste, a maioria das intervenções têm caráter permanente. Porém, no Piauí, por exemplo, esse método de agilização da obra está sendo posta em prática.

Mais rapidez

Recentemente, o presidente da Infraero, Gustavo Vale, respondeu a jornalistas sobre a indagação de que tal procedimento seria um "puxadinho" dos terminais atuais. Ele negou que a improvisação seja ruim exemplificando que em outros países esse sistema se mostrou eficaz. A justificativa é de que a construção é rápida e de baixo custo.

Conforme o consultor em Planejamento Aeroportuário, Erico Santana, essa metodologia não é a melhor saída. "Adotar MOPs não é o mais indicado porque além de descaracterizar o terminal elas podem se tornar permanentes. As soluções para buscar bons resultados operacionais durante a expansão dos atuais terminais podem ser alcançadas com uma melhor utilização da tecnologia de processamento de passageiros e bagagens e investimento em treinamento de pessoal", avalia.

Momento ideal

Segundo o especialista, o momento é o ideal para revisar os planos diretores, os quais podem ser efetuados em paralelo aos projetos de ampliação. "Não precisamos apenas de expansão das instalações, mas, sobretudo, de um maior comprometimento das várias autoridades no sentido de coordenar uma melhor ação de definição ou revisão dos atuais planos diretores", diz Erico. Para ele, os problemas dos aeroportos não podem somente estar focados nas suas próprias expansões, mas especialmente em questões de acessibilidade, mobilidade urbana e impacto ambiental, com revisões periódicas do administrador aeroportuário.

Na opinião de Erico, o que mais importa, do ponto de vista de planejamento, é identificar quais aspectos precisam ser revisados, projetados e executados, observando as prioridades e as necessidades sob uma visão sistêmica e integrada. "Para tanto, a flexibilidade e adaptação nas etapas dos projetos são itens essenciais para o alcance do objetivo final, que é prover a mais adequada infraestrutura aeroportuária aos clientes do transporte aéreo, sejam eles operadores ou passageiros", confirma, lembrando que estas ações devem ter início imediato.

ILO SANTIAGO JÚNIOR




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