quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Aeroporto de Juazeiro iniciará obras de recepção

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Além da construção dos boxes para embarque e desembarque, deverá ser feita reforma da pista no Aeroporto Orlando Bezerra de Menezes
ELIZÂNGELA SANTOS


Com novos módulos, Aeroporto de Juazeiro ampliará capacidade de 50 mil para 500 mil usuários por ano

Juazeiro do Norte. Começam, no próximo dia 1º, as obras referentes aos Módulos Operacionais Provisórios (MOPs), no Aeroporto Orlando Bezerra de Menezes. Ainda não foi formalizada, por meio da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a passagem da administração do Estado para a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). O acordo para que isso ocorra foi fechado semana passada, em Brasília, em reunião com a autoridades locais e o presidente da Infraero, Gustavo do Vale. Ele assinou ordem de serviço no valor de R$ 4 milhões para início da obra.

O superintendente do aeroporto, Roberto Germano, afirma que serão seis meses para que os novos espaços destinados ao embarque e desembarque de passageiros estejam prontos. De início, foi construída uma casa de força na área próxima ao local onde serão construídos os MOPs, para dar suporte à rede elétrica do local. Essas serão as primeiras providências a serem tomadas após a assinatura do repasse definitivo da administração do Estado para a Infraero. Antes, a administração ocorria, desde 2001, em forma de convênio entre o Governo do Ceará e o órgão federal, o que vinha causando lentidão nas obras de ampliação e melhorias no espaço.

A meta este ano é que se ultrapasse o número de 300 mil embarques e desembarques, com o crescimento que o equipamento vem obtendo nos últimos anos. Com a construção dos MOPs, o aeroporto terá sua capacidade ampliada para 500 mil usuários dos serviços por ano. Atualmente essa capacidade é de 50 mil. Segundo o superintendente, com as pequenas reformas internas realizadas no intuito de melhorar o espaço para os passageiros, essa expectativa de público pode ser ampliada para até 600 mil passageiros por ano.

Somente este ano, houve a duplicação no número de voos de Juazeiro para as principais praças do País. São oito voos diários com 16 operações de embarque e desembarque. No mês de maio, eram apenas quatro. O último deles iniciou no dia 22, pela empresa Passaredo. Em julho passado, o aeroporto regional teve uma movimentação recorde de quase 35 mil passageiros.

Maior demanda

A mobilização para que a Infraero assumisse definitivamente o aeroporto já vem ocorrendo há vários anos. O crescimento da região, com a vinda de novas indústrias e principalmente das universidades, aumentou consideravelmente a demanda do aeroporto. A intervenção do Ministério Público Federal (MPF) solicitando, por meio de ação, a urgência das melhorias e a determinação da Justiça Federal à Infraero, além da mobilização da sociedade, fizeram parte das mobilizações que culminaram com o fim da questão burocrática. O Estado havia doado a área territorial do aeroporto ao Governo Federal.

O aeroporto atende toda a região do Cariri e cidades de alguns Estados próximos, como Pernambuco e Paraíba. Por conta da lentidão na transferência do aeroporto, as obras de ampliação e restauração ficaram paradas durante os últimos anos. Além da construção dos boxes para embarque e desembarque, deverá ser feita reforma da pista.

Todos os voos estão com a capacidade ampliada de passageiros, já que houve a tão esperada homologação da pista de pouso, este ano, possibilitando o início de operações de aeronaves de maior porte. Esse reconhecimento diz respeito ao aumento da pista de pouso, por meio do convênio entre Estado e Infraero, que apenas administrava o equipamento. Agora, a expectativa é na compactação da pista, que poderá aumentar a capacidade para aviões com até 180 passageiros.

FIQUE POR DENTRO
Horário de voos

empresa Passaredo: Juazeiro a Fortaleza - 23h20, com chegada na Capital às 00h06 todos os dias da semana. Para Salvador, os voos partem as 7hs e de lá seguem para Vitória da Conquista e Guarulhos (SP); Gol: 1h40, sai do Rio de Janeiro via Fortaleza e Juazeiro; embarque em Juazeiro às 3h55 para Fortaleza e Rio de janeiro; Azul: 2h05 de Campinas a Juazeiro; embarque em Juazeiro às 3h25 para Campinas; Avianca: 8 h, de Guarulhos a Juazeiro; embarque em Juazeiro às 9h15 para Guarulhos; 13h55, Juazeiro/ Fortaleza/ Brasília; embarque às 14h25 de Juazeiro, para Fortaleza e Brasília; 15h55, Brasília/ Fortaleza/Juazeiro; embarque às 16h20 em Juazeiro para Brasília e São Paulo. Gol: 15 h, de Brasília/ Recife/Juazeiro; embarque às 15h40 de Juazeiro, para Recife e Brasília.

MAIS INFORMAÇÕES
Aeroporto Orlando Bezerra de Menezes, Avenida Virgílio Távora, 4000, Juazeiro do Norte (CE)
Telefones: (88) 3572.0700 / 3572. 2118


PESQUISA NACIONAL
Aviação regional apresenta crescimento de 123,9%

Juazeiro do Norte.
A aviação tem crescido no interior do País. A análise feita pelo Ministério do Turismo (Mtur) tem identificado os locais prioritários para investimentos em infraestrutura do setor. Em Juazeiro do Norte, não seria diferente, com as frequentes inserções de novas empresas aéreas e o aumento da demanda de passageiros. A aviação regional tem apresentado os mais altos índices de crescimento do setor aeroviário, com resultados significativos nas operações das companhias, que chegaram a 123,9% de crescimento no primeiro semestre de 2011, em relação ao mesmo período de 2010.

A pesquisa demonstra um registro recorde de embarques e desembarques domésticos em julho. O único aeroporto do Sul do Estado, este ano, teve recorde de passageiros no mês de julho. Já se somam, desde o último dia 22 deste mês, 16 embarques e desembarques diários. Até o mês de maio era a metade desse número. Mas as reclamações em relação a estrutura do equipamento ainda são frequentes.

O investimento inicial para construção dos Módulos Operacionais Provisórios (MOPs), não será suficiente para resolver todas as dificuldades. Uma delas está relacionada ao estacionamento, para 60 carros apenas. A cada voo que chega, as vagas se tornam insuficientes.

O objetivo dos novos investimentos nos aeroportos regionais é estimular o desenvolvimento das rotas de baixa e média densidade de tráfego e o aumento do número de cidades e Municípios atendidos pela aviação regional. Com isso, a cidade juazeirense poderá ganhar em termos de apoio, principalmente, voltado para o turismo religioso, centralizado em maior número na cidade de Juazeiro do Norte.

Mesmo com os R$ 160 milhões investidos desde o ano de 2003, para obras de infraestrutura nos aeroportos regionais brasileiros pelo Ministério do Turismo, poucos foram os investimentos revertidos em melhorias para o aeroporto local. Esses repasses tiveram como objetivo a revitalização de pistas, construção de terminais de embarque e desembarque, aquisição de equipamentos e outras realizações fundamentais para a recuperação e modernização aeroportuária, para elevar o potencial turístico em cidades de pequeno e médio porte.

Financiamentos

Os novos investimentos por meio do Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur) já levaram à aprovação do Cofiex em US$ 1,9 bilhão de financiamentos junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento e à Corporação Andina de Fomento, para o atendimento a 24 áreas turísticas prioritárias. Elas vão do Seridó, no Rio Grande do Norte, à Serra da Bodoquena, no Mato Grosso do Sul, passando pelo agreste paraibano, pelo Jalapão tocantinense e pela serra fluminense.

As companhias aéreas regionais são aquelas que operam com aeronaves com até 120 assentos, em aeroportos secundários, que podem ser classificados a partir do movimento de passageiros e de aeronaves, ou ainda por características próprias do Município.

Hoje, o Cariri conseguiu chegar a essa média de operação com números de passageiros. Esse número poderá chegar a 180 com a compactação da pista. É previsto em médio prazo a inserção de voos internacionais para a região.

Elizângela Santos
Repórter



A aviação regional tem apresentado os mais altos índices de crescimento do setor aeroviário. As operações das companhias aumentaram crescimento no primeiro semestre de 2011




sábado, 24 de setembro de 2011

Turbulências e Queimadas [TMA Fortaleza]

Nos últimos dias, as aeronaves que estiveram efetuandoprocedimentos de aproximação para pouso em Fortaleza, reportaram turbulência de intensidade moderada e a existência de fumaça no ar, causada pelas queimadas nos setores sudoeste e oeste do campo. Entenda o que ocasiona estes fenômenos.

Turbulência

É causada pelos fortes ventos, (comuns nesta época do ano), que ao passarem por regiões serranas, como é o caso dos setores sudoeste e oeste do campo, tornam o ar turbulento devido a ondulações do relevo. Lembrando que nos meses de Agosto, Setembro e Outubro os ventos são mais intensos no Ceará chegando a marca 60km/h.

Queimadas

São comuns nesta época do ano em decorrência da falta de chuvas, que tornam a vegetação seca, e pelos fortes ventos que contribuem para que as mesmas se espalhem rapidamente. As colunas de fumaça geradas pelas queimadas, reduzem a visibilidade nos setores SW e W de Fortaleza e, em alguns casos, o deslocamento de ar gerado dentro destas nuvens de fuligem, causam turbulência.




Na área em destaque no mapa, é comum a existência de turbulência e queimadas, conforme reportado pelas tripulações durante os procedimentos de aproximação para pouso no Pinto Martins.


[Fotos] Boeing 757-230 EI-IGC [TMA Fortaleza]

Ontem, registramos a vinda do Boeing 757-230, matrícula EI-IGC (cn24747), que cumpriu o voo AEY412 da Air Italy.






Sem cobrança de taxa extra

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Segundo as empresas do setor, clientes já estão sendo comunicados a optar por outros horários e dias
FOTO: ALEX COSTA

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Devem ser construídos Módulos Operacionais Provisórios (MOPs) para ampliar o terminal Orlando Bezerra
FOTO: ELIZÂNGELA SANTOS

Fechamento da pista do Pinto Martins não vai prejudicar passageiros. É o que afirmam as companhias aéreas

Preocupação. Esse é o sentimento de passageiros que já têm seus bilhetes comprados para viajar no horário e dia em que a pista do aeroporto internacional Pinto Martins será fechada para obras de recapeamento da pista. Porém, as companhias aéreas garantem que os remanejamentos serão feitos com antecedência, de acordo com a necessidade de cada cliente, sem haver nenhum tipo de cobrança adicional. Todas as empresas com voos afetados (ao todo são 24) já foram comunicadas oficialmente pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) e Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) sobre os detalhes da interdição.

A partir do dia 16 de outubro, os voos entre 5h e 11h da manhã, até o dia 10 de setembro de 2012, serão prejudicados por causa da intervenção na pista. Apenas nos momentos de grande fluxo, como Natal, Carnaval e meses de alta estação, a operação será interrompida e os horários liberados para os pousos e decolagens dos aviões.

As empresas

As companhias buscam tranquilizar os clientes. A GOL informa que já está remarcando com os consumidores novos horários e dias opcionais. "A GOL, após a divulgação oficial, Notam, trabalhou em conjunto com as autoridades responsáveis para oferecer alternativas convenientes aos clientes. A companhia contatou todos os passageiros com opções de datas e horários para remarcação. Em caso de dúvidas, a Central de Relacionamento está disponível para fornecer informações no número 0300-115-2121". A empresa acrescenta que não está sendo cobrado nenhum valor por isso.

Reacomodação sem custo

A TAM divulga que "vai alterar a programação de seus voos e cancelar algumas frequências de e para a capital cearense entre os dias 16 de outubro e 10 de setembro de 2012. Os clientes serão informados sobre as alterações via SMS, e-mail e telefone, por meio dos contatos fornecidos no momento da reserva", afirma, em nota. "Os passageiros dos voos que sofrerem alterações poderão remarcar seus bilhetes sem cobranças de taxas e serão reacomodados em frequências não afetadas pela interdição, conforme disponibilidade. Para alterar ou remarcar o bilhete, a companhia orienta o cliente a procurar o seu agente de viagens ou entrar em contato com a central de vendas, que atende no 4002-5700 (para capitais) e 0800-570-5700 (demais localidades)", finaliza.

"A Azul não tem nenhum de seus voos no horário das obras. Mas, caso tenhamos futuramente algum voo nesse horário os clientes serão previamente avisados", afirma a empresa, por email. A Passaredo, que começou a operar nesta semana em Fortaleza e Juazeiro comunica que "os horários serão ajustados considerando o período de interdição, a modo de não prejudicar nossos passageiros. Esta adequação será definida na próxima semana". Além disso, a empresa diz que não haverá cobrança pela remarcação.

EM JUAZEIRO DO NORTE
Falta o Termo de Convênio para obras

As obras de ampliação do terminal de passageiros do aeroporto regional Orlando Bezerra, em Juazeiro do Norte, estão mais próximas de serem iniciadas. Resta apenas o acerto do Termo de Convênio que formaliza a mudança da responsabilidade do aparelho do Comando da Aeronáutica para a Infraero. As informações são da própria estatal, que ainda não tem uma estimativa de quando essa documentação poderá ficar pronta.

A ideia é que assim que estiver superado esse processo, seja feita a licitação para construir Módulos Operacionais Provisórios (MOPs), que abrigarão áreas de embarque e desembarque. e ampliarão a capacidade de fluxo de passageiros. A estimativa inicial é de que o investimento, na fase inicial, seja de R$ 4 milhões.

Encontro em Brasília

Na última quinta-feira, houve uma audiência com o presidente da Infraero, Gustavo do Vale, o prefeito de Juazeiro do Norte, Manoel Santana, e o deputado federal, José Guimarães, onde foi confirmada a intenção de dar celeridade ao processo que levará às obras de ampliação.

"A expectativa é de que esta fase das intervenções esteja concluída em até cinco meses", disse o deputado. "O que foi concretizado aqui terá um grande impacto na economia e na qualidade de vida do Cariri", afirmou o prefeito da cidade.

ILO SANTIAGO JR.
REPÓRTER



Jatinhos vão lotar aeroportos

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Aviões pequenos dividem espaço com os de médio e grande portes. Passageiros se arriscam ao embarcar no jatinho enquanto caminhão faz abastecimento no Augusto Severo, em Natal
FOTO: ALEX COSTA

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Variação e inconstância da moeda americana fizeram com que os turistas brasileiros ficassem desestimulados
DIVULGAÇÃO


Muito se comenta acerca da necessidade de se procurar alternativas para melhor adequação dos terminais ao movimento de aeronaves comerciais de médio e grande porte. Porém, pouco se discute como esses mesmos aeroportos estarão preparados para atender ao fluxo dos voos executivos que, no Brasil, consegue superar a já expressiva alavancagem na movimentação de embarques e desembarques domésticos regulares.

Esse é o principal alerta da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag), que representa o setor de aviões e helicópteros particulares ou operados por empresas de táxi aéreo, que atuam dentro do País prestando serviços de transporte não regular. Conforme a entidade, a estimativa de avanço do segmento merece mais atenção por parte das autoridades. "A gente tem crescido quatro ou cinco vezes mais do que a elevação do PIB, que neste ano, tem projeção de 4,5%, enquanto a aviação executiva deverá avançar entre 18% e 22%", coloca o presidente da Abag, Francisco Lyra.

O dobro de aviões

Segundo ele, a previsão é de que, durante a Copa do Mundo, a movimentação desse tipo de aeronave praticamente duplique. "Atualmente, são 1.214 unidades em atividade no Brasil. A expectativa é de que esse número seja ampliado em 1.000 jatinhos. Todos trarão pessoas do exterior", prevê.

Na opinião dele, não há, hoje, no País, um aeroporto sequer preparado para receber tal aceleração na demanda. Ele conta que, no caso dos terminais nordestinos que irão receber uma movimentação extra por conta das partidas do mundial, o problema pode ser acentuado.

Abastecimento

"Muitos voos da Europa têm de passar por Fortaleza, Natal, Recife, Salvador para reabastecer e realizar os procedimentos de migração. Manaus, na região Norte, passa pelo mesmo, com voos vindos dos Estados Unidos. Então, até em dias que houver jogos apenas no eixo Sul e Sudeste, a movimentação nessas capitais de aviões de pequeno porte será intensa", analisa.

Francisco Lyra ressalta que outro agravante é o espaço destinado para que esse tipo de aeronave fique estacionada. "Em média, um avião comercial passa até uma hora parado no pátio, enquanto que os jatinhos permanecem entre quatro e cinco dias. É preciso reservar um espaço para eles e, atualmente, não existe isso. Onde vamos por mais de mil aeronaves no Brasil, em 2014?", questiona.

Falta discussão

"Ainda não se parou pra pensar em todo o aparato de logística, segurança e conforto que você vai ter que construir para recepcionar esse público. É uma preocupação que deveria estar presente dentro do que está sendo programado para um evento desta grandeza", critica Lyra.

O presidente da Abag indica que a melhor solução é a criação de pequenos terminais exclusivos para esse tipo de aeronave localizados ao lado dos aeroportos internacionais. "A gente precisa aprender mais sobre as soluções utilizadas em outros países. Imitar as coisas boas que já deram certo. Costumo defender que além do terminal de passageiros haja um GAT (General Aviation Terminal) anexo para atender esse segmento", reforça. Segundo ele, os "terminaizinhos" são essenciais.

Em Fortaleza, até já existe algo parecido. Após o surgimento do novo aeroporto Pinto Martins, em 1998, o antigo terminal passou a ser destinado para esse tipo de operação. Contudo, na visão do especialista, só essa mudança não é o suficiente. "Precisa ser customizado, ter sala de espera, instalações de alfândega adequadas para receber os voos internacionais, que não serão poucos. Em Recife, Natal e Salvador, o problema é idêntico. Em geral, infelizmente, esses aparelhos que são considerados de entrada no Brasil precisam de mais investimentos", comenta Lyra.

PASSAGEIRO DIFERENCIADO
Perfil é exigente e formador de opinião

Há uma máxima no comércio em geral de que um cliente bem tratado divulga a sua felicidade com duas ou três pessoas, enquanto isso, em contrapartida, um consumidor insatisfeito espalha seu infortúnio para pelo menos dez outros potenciais consumidores. Verdade ou mito, o fato é que em qualquer lugar do mundo o ponto de vista de determinadas pessoas, os "famosos formadores de opinião", pesa muito mais do que a de "passageiros comuns". E é esse o perfil de visitante que virá com seus convidados "não menos especiais" em seus jatinhos para a Copa do Mundo, em 2014, e irá encontrar, segundo a Abag, um cenário desolador se nada for feito a partir de agora.

Para o presidente da Abag, a estrutura aeroportuária nacional não oferece comodidade nem segurança para receber esse público. "São mais do que só VIPs. Essas pessoas são consideradas VVIPs (Very Very Important People)", enfatiza Francisco Lyra sobre o nível de exigência desse tipo de cliente, que entrará no Brasil por meio dos nossos acanhados terminais.

"A perspectiva é que desembarquem por aqui, em seus voos particulares, os patrocinadores do evento (CEOs, presidentes, diretores e acionistas das principais multinacionais do planeta) e seus parceiros comerciais, a imprensa mundial, autoridades diplomáticas e chefes de Estado", identifica Lyra.

Ganho de tempo

Segundo dele, dois fatores preponderam acerca dos motivos da escolha desses visitantes pela aviação executiva. "Para eles o tempo é essencial. O desembolso é alto, mas sai bem mais caro pra eles perder tempo. Outra razão é a capilaridade desse tipo de transporte. Para se ter uma ideia, no Brasil, a conectividade dessas aeronaves chega a 3.500 localidades. Na aviação regular, a capacidade é bem pequena, são apenas 130 cidades", explica.

ILO SANTIAGO JÚNIOR



Instalações provisórias podem ser solução

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O intuito é ampliar, em especial, as áreas de atendimento e de check in a tempo do início da Copa do Mundo de 2014
FOTO: ALEX COSTA


Para parte dos estudiosos, um artifício utilizado na África do Sul, em 2010, poderá ajudar a preparação dos aeroportos brasileiros, caso as obras permanentes tenham dificuldades de ficarem prontas até o início da Copa do Mundo de 2014. É o uso de instalações temporárias para atender a demanda excedente, chamado Módulo Operacional no Aeroporto (MOP). Contudo, essa solução não é unânime na opinião dos especialistas.

Neste mês, a Infraero inaugurou um empreendimento similar em Guarulhos para que três companhias operem, ampliando a capacidade do terminal em mais um milhão de passageiros. E, em agosto, mais um entrou em operação em Campinas. Outros dois MOPs serão feitos até a Copa em São Paulo. Nos aeroportos do Nordeste, a maioria das intervenções têm caráter permanente. Porém, no Piauí, por exemplo, esse método de agilização da obra está sendo posta em prática.

Mais rapidez

Recentemente, o presidente da Infraero, Gustavo Vale, respondeu a jornalistas sobre a indagação de que tal procedimento seria um "puxadinho" dos terminais atuais. Ele negou que a improvisação seja ruim exemplificando que em outros países esse sistema se mostrou eficaz. A justificativa é de que a construção é rápida e de baixo custo.

Conforme o consultor em Planejamento Aeroportuário, Erico Santana, essa metodologia não é a melhor saída. "Adotar MOPs não é o mais indicado porque além de descaracterizar o terminal elas podem se tornar permanentes. As soluções para buscar bons resultados operacionais durante a expansão dos atuais terminais podem ser alcançadas com uma melhor utilização da tecnologia de processamento de passageiros e bagagens e investimento em treinamento de pessoal", avalia.

Momento ideal

Segundo o especialista, o momento é o ideal para revisar os planos diretores, os quais podem ser efetuados em paralelo aos projetos de ampliação. "Não precisamos apenas de expansão das instalações, mas, sobretudo, de um maior comprometimento das várias autoridades no sentido de coordenar uma melhor ação de definição ou revisão dos atuais planos diretores", diz Erico. Para ele, os problemas dos aeroportos não podem somente estar focados nas suas próprias expansões, mas especialmente em questões de acessibilidade, mobilidade urbana e impacto ambiental, com revisões periódicas do administrador aeroportuário.

Na opinião de Erico, o que mais importa, do ponto de vista de planejamento, é identificar quais aspectos precisam ser revisados, projetados e executados, observando as prioridades e as necessidades sob uma visão sistêmica e integrada. "Para tanto, a flexibilidade e adaptação nas etapas dos projetos são itens essenciais para o alcance do objetivo final, que é prover a mais adequada infraestrutura aeroportuária aos clientes do transporte aéreo, sejam eles operadores ou passageiros", confirma, lembrando que estas ações devem ter início imediato.

ILO SANTIAGO JÚNIOR




sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Movimentação no Pinto Martins evolui 7,77%

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Entre janeiro e agosto deste ano, mais de 3,8 milhões de viajantes passaram pelo Pinto Martins, superando o total de passageiros que transitaram por lá em 2009
ANDRÉ LIMA


Entre embarques e desembarques, cerca de 486 mil pessoas passaram pelo terminal no mês passado

A tensão nos mercados mundiais, que se intensificou no mês de agosto, parece não ter trazido qualquer impacto à movimentação de passageiros no Aeroporto Internacional Pinto Martins. No mês passado, o fluxo de pessoas no terminal expandiu-se 7,77% em relação a igual período do ano passado. No total, entre embarques e desembarques, 486.725 viajantes passaram pelo aeródromo fortalezense. Os dados são da Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária).

Com relação ao mês anterior, o tráfego de pessoas no terminal caiu quase 14%. Isso, porque julho é mês de férias, quando naturalmente as pessoas estão mais propensas a viajar. Em agosto de 2010, quando o trânsito de passageiros já tinha sido expressivo, 451.644 pessoas decolaram e pousaram no local.

Contabilizando a movimentação entre janeiro e agosto deste ano, mais de 3,8 milhões de viajantes passaram pelo Pinto Martins, superando, desde já, o total de passageiros que transitaram no aeródromo durante todo o ano de 2009.

No País

Cerca de 6,79 milhões de passageiros desembarcaram nos aeroportos brasileiros, no mês passado, número 12,24% acima do assinalado em igual mês de 2010, segundo dados do Ministério do Turismo (MTur). Com isso, foi registrada a melhor movimentação em aeroportos brasileiros para meses de agosto da história.

Projeção

No acumulado dos oito primeiros meses do ano, ocorreram 52,15 milhões de desembarques nacionais, superando em 19,76% os 43,54 milhões apurados em igual intervalo de tempo de 2010. Com base nisso, o ministro do Turismo, Gastão Vieira, já projeta uma movimentação total de 78 milhões de passageiros em 2011, o que corresponde a um aumento de 14,3% com relação ao ano passado.

Mais viagens

78 mi de pessoas devem passar pelos aeroportos brasileiros em 2011, segundo o ministro Gastão Vieira. O montante é 14% maior que o registrado em 2009

PONTUALIDADE E REGULARIDADE
Regras para voos serão mais rígidas

Iniciativa da Anac prevê que companhias que tenham percentual alto de atrasos cedam lugar para pequenas

Brasília. A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) tornará mais rígidas, até o final do ano, as regras de pontualidade e regularidade dos voos das companhias aéreas que operam no país, informou ontem o diretor-presidente da agência reguladora do setor, Marcelo Guaranys.

As empresas que apresentarem um percentual elevado de atrasos e cancelamentos em slots (espaços e horários em aeroportos) muito concorridos terão que ceder lugar a companhias menores, como forma de acirrar a concorrência no setor.

Congonhas já aplica

Essa é uma regra que já é aplicada hoje no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, o mais movimentado do Brasil, mas que até dezembro deve ser ampliada para outros terminais. De acordo com Guaranys, a Anac está estudando mudanças na fórmula que determina a qualidade do serviço prestado pelas companhias. As exigências para o percentual aceitável de voos que saem no horário serão endurecidas, o que acabará incluindo na regra aeroportos menos demandados do que Congonhas, como Santos Dumont e Brasília. "As regras da agência que dão conta da retirada de slots de empresas que não possuem nível suficiente de regularidade e pontualidade estão defasadas", afirmou Guaranys.

Hoje, se as companhias tiverem mais de 20% dos seus voos cancelados por um período superior a três meses, perdem a vaga. As companhias Pantanal e Gol perderam, em 2009, direito a alguns slots.

DIEGO BORGES
REPÓRTER



terça-feira, 20 de setembro de 2011

Aeroporto de Fortaleza é líder

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Terminal da capital conseguiu a melhor nota, à frente dos aeródromos de Curitiba e Recife
FOTO: RODRIGO CARVALHO

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Espaço da Anac para opinar sobre a aviação brasileira deixa Fortaleza na melhor colocação do Brasil

Apesar de operar quase no limite da sua capacidade e dos problemas comuns a quase todos os terminais do País, o Aeroporto Internacional Pinto Martins é considerado o melhor aeródromo do Brasil, de acordo com a avaliação dos próprios passageiros no site da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O aeroporto de Fortaleza recebeu nota 8,38, e foi considerado melhor que terminais mais novos, como o de Recife (7,96), que ficou na terceira colocação. Completando o ranking, está Curitiba, em segundo lugar, com nota 8,02.

Para chegar a esse valor, é feita uma média dos escores dados pelos viajantes a diversos quesitos relacionados a infraestrutura e capacidade de atendimento do aeródromo. O de Fortaleza obteve boas notas em categorias como acesso (8,61), conforto antes do embarque (8,33), inspeção (raio-X) (8,76) e transporte público e táxis (8,46). Para se ter uma ideia, a menor nota dada pelos passageiros ao terminal local foi um 7,98 referente ao estacionamento.

Piores aeródromos

Na outra ponta, os três piores aeroportos do País, na opinião dos usuários, são os de Manaus (4,30), São Luís (3,88) e Goiânia (2,50). Também foi analisado pelos passageiros o desempenho das companhias aéreas e, na opinião deles, a melhor empresa em operação é a Passaredo, com nota 8,32. Na sequência, vem a Puma Air (7,69) e a Trip (7,50).

Dentre as quatro maiores companhias que operam voos domésticos no Pinto Martins, a GOL detém o maior escore: 6,72, na sétima colocação. Em seguida, vêm Azul (6,39), em nono; Web Jet (5,62), em 13º; e a TAM (5,28), em 14º.

As categorias avaliadas pelos viajantes sobre as companhias são, dentre outras, atendimento de reclamações, na sala de embarque, na venda de passagens, conforto da aeronave, pontualidade, serviço de bordo e atendimento pela internet.

Rotas internacionais

Os passageiros analisaram ainda o desempenho das empresas que atuam em voos internacionais. O grande destaque foi a holandesa KLM, que com nota 9,82 é primeira na preferência do brasileiro. Logo depois, estão a italiana Alitalia (9,32) e a francesa Air France (9,30).

Opinião

Qualquer passageiro pode fazer as avaliações de aeroportos e companhias na página da Anac na internet. Para isso, basta fazer um cadastro e dar uma nota de 0 a 10 para cada categoria. O levantamento não tem caráter científico e só leva em consideração a opinião dos viajantes que fizeram uso dos serviços e o analisaram no portal. Até o momento, 6.500 usuários opinaram no site da agência governamental.

PARA GUIMARÃES

Sem Regime Diferenciado, obra fica ameaçada

O deputado federal José Guimarães disse ontem que as obras do Aeroporto Internacional Pinto Martins podem ficar comprometidas caso o projeto não seja incluído no Regime Diferenciado de Contratações (RDC), aprovado no Congresso e à espera de regulamentação pela presidente Dilma Rousseff. Guimarães visitou o local onde está sendo preparado o projeto, que deve ficar pronto em outubro.

"Se for licitação normal, aí vai estar comprometida a reforma do aeroporto. Isso não significa não dar transparência e não impor rigor na fiscalização. TCU (Tribunal de Contas da União) e CGU (Controladoria Geral da União) vão estar em todos os momentos da licitação, acompanhando tudo", garantiu o vice-líder do Governo Federal na Câmara. (DB)